sexta-feira, 18 de setembro de 2009

TRATADO DE ALCANICES

TRATADO DE ALCANICES

«En o Nome de Deus, amem

Sabham quanto esta Carta virem, e leer ouvirem, que como fosse contenda sobre Vilhas, Castelos, e Termos e partimentos, e posturas, e preitos antre nós Dom Fernando pela graça de Deos Rey de Castella, de Leon, de Toledo, de Galiza, de Sevilha, de Cordova, de Murça, de Jaen, do Algarve, e Senhor de Molina de hua parte, e Dom Diniz pela graça de Deos Rey de Portugal, do Algarve da outra, e por razon destas contendas de suso ditas nacessem antre nós muitas guerras, e omizios e eixessos en tal maneira, que nas terras dambos foron, muitas roubadas, e quiemadas, e astragadas, en que se fez hi muito pezar a Deos por morte de muitos homeez; veendo, e guardando,que se adiante fossem estas guerras, e estas discordias, que estava a nossa terra dambos en ponto de se perder pelos nossos pecados, e de vir a maãos dos inimigos da nossa fé, A acyma por partir tão grão deservisso de Deos, e da Santa Heygreja de Roma nossa Madre, e Tão grandes danos, e perdas nossas, e da Christandade por ajuntar paz, e amor, e grão serviço de Deos, e da Heygreja de Roma, eu Rey Dom Fernando sobredito con consolo, e com outurgamento, e per outuridade da Rainha Dona Maria Minha Madre e do Infante Dom Anrique meu Tio, e meu Tutor, e Guarda de meus reinos, e de Dom Diego de Haro Senhor de Biscaia, e de Dom Joham Fernandes Adeantado aior de Galiza, e Dom Fernão Fernandez de Limha, e de Dom Pedro Ponço, e de Dom Garcia Fernandes de Villa Mayor, e de Dom Affonso Pires de Gosmão. e de Dom Fernão Pires Maestro de Alcantara, e de Dom Stevão Pires, e de Dom Telo Justiça Mayor de minha Caza, e de outors Ricos Homees, e Homees boos de meus reinos, e da germaydade de Castella, e de Leon, e dos concelhos desses reinos, e de minha Corte e eu Rey Dom Diniz de susso dito com conselho, e com outorgamente da Rainha dona Izabel minha Molher, e do Infante Dom Affonso mei Irmão e de Dõ Martyinho Arcebispo de Bragaa, e de Dom Joham o bispo de Lisboa, e de Dom Sancho o Bispo do Porto, e de Dom Vaasco o bispo de Lamego, e dos Mestres do Templi, e de Aviz, e de Dom Johão Affonso, meu Moordomo Mayor Senhor de Alboquerque, de Dõ Martim Gil meu Alferez, e de Dom Joham Rodriguees de Briteiros, e de Dom Pedro Eanes Portel, e de Lourenço Soares de Valladares. e de Martim Affonso, e de João fernandes de Lima, e de Johane Meendes, e de Fernão Pires de Barbosa meus Ricos Homees, e de Johão Simhom Meirinho Mayor de minha aza, e dos Concelhos de meus Reinos, e de minha Corte, ouvemos acordo de nos aviarmos, e fazemos aveença antre nós e esta maneira que se segue, convém a saber; que eu Rey Dom Fernando sobredito entendendo, e conocendo, que os Castellos, e as Villas de Terra Arouche, e de Aracena, com todos seus Termos, e com todos seus direitos com todas sas pertenças, que erão de direito de Portugal, e seu Senhorio, e que os ouve El Rey Dom Affonso meu Avoo de El Rey Dom Affonso nosso Padre contra sá voontade, sendo estes Lugares de direito de El Rey Dom Sancho meu Padre, e eu, e por esso pusi com vosco em Cidade, que vos desse, e vos entregasse essas Villas, e esses Castellos, ou cambho por elles a par dos nossos Reinos, de que vós vos pagassedes des dia de Sam Miguel, que passou da Era de Mil, e trezentos, e trinta, e quatro annos atáa sex mezes; e por que volo assi nom compri, dou vos por essas Villas, e por esses Castellos, e polos seus Termos, e polos fruitos, delles, que onde ouvemos meu Avoo El Rey Dom Affonso, e meu Padre El Rey Dom Sancho, e eu outro si atáa o dia de oje, convem a saber, Olivença, e Campo Mayor, que som apar de Badalouci e Sans Fins dos Galegos com todos seus Termos, e com todos swus directos, e com todas sas pertenças, e com todo Senorio, e jurisdiçom Real, que ajades vós, e vossos successores por herdamento pera sempre tambem a possissom, come a propriedade, e tolho de mim, e do Senorio dos Reinos de Castella, e de Leon os ditos lugares, e todo direito que eu hi hey, e devia aaver, o douvolo, e ponhoo em vós, e em vossos sucessores, e em no Senorio do Reino de Portugal para sempre, e outro si meto em vosso Senorio, e de todolos vossos successores, e do Reino de portugal para sempree o lugar, que dizem Ougella, que he cabo Campo Mayor de suso dito com todos seus Termos, e com todos seus Direitos, e com todas sás perteenças, e dou a vóz e a todos vossos successores, e ao Senorio de Portugal toda a jurisdiçom, e o direito, e o Senorio Real, que hi eu hey, e devo aaver de direito de Castella. e de Leom, e ponhoo en vós, e en todos vossos successores, e en no Senorio de Reino de Portugal para sempre, salvo o Senorio, e os Direitos, e as Herdades, e as Heyugrejas deste Lugar d'Ougella, que as aja o Bispo, e a Heygreja de Badalouci, e todalas outras couzas, que em en este Lugar, segundo, como s ouveron atá aqui, e todas estas couzas de suso ditas vos faço, por que vos quitades vós dos ditos Castellos, e Villas de Arouche, e de Aracena, e de seus Termos, e dos fruitos, que ende ouvemos El rey Dom Affonso meu Avoo, e El Rey Dom sancho meu padre, e eu. E outro si eu El Rey Dom Fernando, entendendo, e conocendo, que vós aviades direito en aluns Lugares dos Castellos, e Villas de Sabugal, e de Alfayates, e de Castel Rodrigo, e de Villa Mayor, e de Castel Boom, e de Almeida, e de Castel Melhor. e de Monforte, e dos outros Lugares de Riba Coa, que vós Rey Dom Diniz teendes agora en vossa mão, e por que me vós partades do direito, que aviedes en Vallença, e em Ferreira, e en no Sparagal, que agora tem a Ordem d'Alcantara asá maão, e que aviades en Ayamonte, e en outros Lugares dos Reinos de Leon e de Galiza. E outro si por que me vós partades das demandas que me faziades sobre razon dos termos, que som antre meu Senorio, e vosso por esso me vos parto do ditos Castellos, e Villas, e Lugares de Sabugal, e de Alfayates, e de Castel Rodrigo, e de Villa Maior, e de Castel Boom, e de Almeida, e de Castel Melhor e de Monforte, e dos outors Lugares de Riba Coa que vós agora teendes à vossa maãao, com todas seus Termos, e Direitos, e perteenças, e partome de toda demanda, que eu hei, ou poderia aver contra vós, ou contra vossos successores per razom destes Lugares sobreditos de Riba Coa, e de cada hum delles. E outo si me parto de todo o Direito, ou jurisdiçom, ou, Senorio Real tambem en possissom come em propriedade, come en outra maneira qualquer, que eu hi avia, e toloo de mim todo, e dos meus successores, e do Senorio dos Reinos de Castella, e de Leom, e ponoo en vós, e em vossos Successores, e no Senorio do reino de Portugal pera sempre.E mando, e outorgo, que se per ventura alguus Privilegios, ou Cartas, ou Estrumentos parecerem, que fossem feitos antre os Reys de Castella, ou de Leom, e os Reys de Portugal sobre estes Lugares sobreditos, d'aveenças, ou de posturas, ou demarcamentos, ou em outra maneira qualquer sobre estes Lugares, que sejão contra vós, ou contra vossos Successores, e me voss o dano,ou em dano do Senorio do Reino de Portugal, que daqui em diante nom valham, nem tenham, nem ajam fermidoim, nem me possa ajudar dellas, eu, nem meus Sucessores, e revogoos todos para sempre.
E eu El Rey Dom Diniz de suso dito por Olivença, e por São Felizes dos Galegos. que vós amim dades, e por Ougela que metedes a meu Senorio, segundo sobre dito hé, parmotivos dos Castellos, e das Villas d'Arouche, e da Aracena, e de todos seus Termos, e de todos seus Direitos, e de todas sas pertenças, e de toda a demanda, que eu hei, ou poderia aver contra vós, ou contra vossos Successores per razom destes Lugares sobreditos, e de cada hum delles, ou dos fruitos delles, que El Rey Dom Affonso vosso Avoo, e El Rey Dom Sancho vosso Padre, e vós ouvetses, e recebestes destes Lugares e dou a vós, e a vossos Successores todo o direito, e jurisdiçom, e Senorio real que eu hei, e de direito devia aaver em esses Castellos, e Villas d'Arouche e da Aracena por quealquer maneira, que o eu hi ouvesse, e tolhoo de mim, e de meus Successores, e no Senorio do Reino de Castella, e de Leom pêra sempre.
Outro si eu Rei Dom Diniz de suso dito, por que mi vós vos quitades dos Castellos, e de Villas do Sabugal, e de Alfayates, e de Castel Rodrigo, e de Villar Mayor, e de Castel Boom, e de Almeida, e de Castel Melhor, e de Monforte; e dos Lugares de Riba Coa, com seus termo; que eu agora teno á minha maão, assi como de susso dito he, quimotivos, e partomivos de todo o direito, que eu hei en Vallença, e em Ferreira, e no Esparregal, e em Ayamonte; Outro si mi vosparto de outros Lugares de todolos vossos Reinos em qual maneira quer; Outro si mi vos parto de todolas demandas, que eu havia contra vós per razom dos Termos, que som antre o meu Senorio, e o vosso, sobre que era contenda.
E eu El Rey Dom Fernando de suso dito por mim, e por todos meus Successores com conselo, e com outorgamento, e per autoridade da Rainha Dona Maria, minha Madre, e do Infante Dom Anrique meu Tio, e meu Yutor, e Guarda de Avangelos, sobreolhos quaaes pusy minhas maãos, e faço menagem a vós Rey Dom Diniz ateer, e cumprir, e a guardar todas estas couzas de suso ditas, e cada huma dellas pera sempre, e de nunca vir contra ellas per mim, nem per outrem deffeito, nem de conselo, e se o assi nom fezer, que fique por prejuro, e por traidor come quem mata Senhor, e traae Castello.
E nós Rainha Dona Maria, e o Infante Dom Anrique se suso ditos, outorgamos tosa estas couzas, e cada huma dellas, e damos poder, e autoridade a El Rey Dom Fernando pera fazellas, e prometemos em boa fé por nós, e polo dito Rey Dom Fernando, e juramos sobreolhos Saantos Avengelos, sobreolhos quaaes pozemos nossas maãos, e fazemos menagem a vós Rey Dom Diniz, que El Rei Dom Fernando, e nós tinhamos, e complamos, e guardemos, e façamos teer, e cumprir, e guardar todalas couzas sobreditas, e cada huma dellas pera sempre, e de nunca virmos contra ellas per nós, nem per outro defeito, nem de direito, nem de conselo, e se o assi nom fazessemos, que fiquemos por prejuros, e por traedores assi como mata Senhor, ou traae Castello.
E eu Rey Dom Dinis por mim, e pola Rainha Dona Izabel minha Mulher, e polo Infante Dom Affonso meu Filho, primeiro, e herdeiro, e por todos meus successores, prometo a boa fé, e jura sobreolhos Santos Avangelos, sobreolhos,quaaes pono minhas maãos, e fasso menagem a Vós Rey Dom Fernando por v´s, e por vossos successores, e a vós Rainha Dona Maria, e a vós Infante Dom Anrique de teer, e aguardar, e cumprir todas estas couzas de suso ditas, e cada huma dellas pera sempre, e de nunca vir contra ellas per mim, nem per outrem defeito, nem de dereito, nem de conselo, e se o assi nom fezer, que fique por prejuro, e por traedor come quem mata Senhor, ou traae Castello.
E por todas estas couzas sejão firmes, e mais certas, e nom possão vir em duvida, fazemos ender fezer duas Cartas em hum teor, tal ahuma come a outra, seelladas com nossos sellos do Chumbo d nós ambos los Reyes e dos seellos das Raynhas, e do Infante Dom Anrique em testemonio de verdade. Das quuaes Cartas cada huum de nós Reys devemos ateer senhas. Feita em Alcanizes sexta feira doze dias do mes de Setembro. Era de mil trezentos trinta e cinco annos.»
Fonte: extraído da obra "Nos caminhos de Olivença"

segunda-feira, 29 de junho de 2009

O LOBO FERIDO E A OVELHA


L LHOBO FERIDO I LA OUBEILHA

Un lhobo que habie sido mordido por uns perros, staba caío nel suolo, todo maltratado. Bendo la ampossiblidade de porcurar comida nessa situaçon, pediu a ua oubeilha que passaba por alhi, que le lhebasse ua pouca d’agua de l ribeiro que passaba alhi acerquita.
- Se me traes augua para bober, you miesmo me ancargarei de la mie comida.
- Se te lhiebo l’augua para boberes - arrespondiu la oubeilha , you miesma serei la tue cena.
Tenei siempre cuonta ne l berdadeiro fondo de las propuostas inda que einocentes.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

COUSAS SIEN SENTIDO?

1-Anterbista a Manuela Barros Ferreira, mai de la CUMBENÇON de la léngua mirandesa:
FM – Stais çcpuosta a ancabeçar l trabalho de aperfundamento de la Cumbençon?
MBF – A encabeçar não, mas estou disposta a colaborar na elaboração. Talvez fosse bom ter nessa função uma pessoa de fora da terra de Miranda, por exemplo a Professora Cristina Martins, para assegurar o apoio académico, por um lado, e por outro para evitar rivalidades e para haver a garantia, perante o público, de que as opções a tomar serão dirigidas com completa isenção. Acho que a fórmula encontrada nas primeiras convenções foi boa: além de um universitário de fora, seria bom que a coordenação fosse partilhada com um mirandês que resida no local, sabedor, com prática de escrita, se possível professor, jovem e dinâmico, que assegurasse a coordenação dos mirandeses e sendineses intervenientes.Acharia importante a presença, no grupo, de um leonês interessado em questões ortográficas.
2-Dezie Tiégui ne l sitio:
De tode las maneiras parece-me que l'Abade Sardinas ten la cousa cierta apesar de nun amustrar "als". Nun fai mal, agora ya sabeis pul menos al que bos quada pra fazer. Un grabador i oupa alantre pulos caminos !
3-Dezie Alcides Meirinhos ne l sitio:
Inda hoije la terminaçón "airo" ye mui quemun i siempre tengo oubido dezir "almairo" ... "campanairo" ... "rosairo". Al que nunca oubi fui la palabra "óstina" que me parece querer dezir "óstia". Quanto al "abono", esta ye ua palabra castelhana, mui usual an Samartino, al cuntrairo de outras tierras que dizen "adubo". Esta palabra ye un neologismo no mirandés que solo aparece cula reboluçón andustrial, ou seia: un químico que fai las bezes de "stierco" i de "palombina".Outra de las palabras castelhanas adaptadas por Samatino ye "remolacha", chamada de "raba" noutros sítios.
A este respeito alerto pal cuidado que debemos tener quando escuitamos las pessonas de las bárias tierras porque la antoaçón de las palabras an frente a çcuincidos puode quedar adulterada por demasiado zelo ou por anfluénça de l pertués.

sábado, 9 de maio de 2009

HOIJE

HOIJE
HOIJE ye un sitio de l SAL (www.sendim.net) adonde todos ls dies se publica ua ambora an mirandés i cumpletou ne l die 8 las 600 amboras. Pongo eiqui la ambora númaro 600.
600 AMBORAS

L HOIJE cumpleta las 600 amboras i an pouco mais de anho i meio, tornou-se nua de las percipales refréncias de las amboras de Sendin i de ls alredores, l que fizo cun que l númaro de bejitas seia hoije de mais de 250 por die. A la antrada de la nuoba 600, las bejitas de l HOIJE sóman yá las 150 388.

La purmeira ambora
Mas nun son solo las amboras, son tamien ls retratos i l cuntributo para la léngua mirandesa, respeitando la purmeira adenda a la cumbençon, que bino a salbaguardar l sendinés i a tornar l mirandés mais rico.

L HOIJE
Nestas 600 amboras muito se falou de las tradiçones, de ls usos, de ls questumes, de l folclore, de la bida i de las pessonas. Puso-se muita giente a ler todos ls dies l mirandés i houbo muita giente que eiqui ampeçou a gustar de la léngua mirandesa.


SENDIN

Bamos a cuntinar i cada beç a ser mais anterbentibos, para defender Sendin i alredores, la sue giente i la sue cultura i mostrar als outros que eiqui hai siempre alguien que mos ajuda a lembrar la nuossa querida tierra, adonde tenemos las raízes.

abiso: este testo stá screbido an sendinés, bariadade de la léngua mirandesa i, por esso, nun ten lh- an ampeço de palabra i, antre parénteses, aparece (g) que nun se lei, inda que l -on se leia –ão.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

AMBORAS DE SENDIN

UA MONEDA DE PRATA EIBÉRICA AN SENDIN


Un die fui a besitar ua eirmita acerca de Fariza, an Spanha, de l’outro lhado del riu Douro, delantre de Bilachana, i quedei admirado. La fiesta que fázen alhá, cháman-le la fiesta de ls Biriatos.

Muitos outores dízen que Biriato andubo pur estes lhados. Ten ua Státua an Çamora. Cierto ou nó, l que se puode dezir ye que giente amportante, de l sou tiempo, porqui passou. Se nó, cumo se splica que ne l termo de Sendin se ancuntrára ua moneda eibérica de prata?
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La stória bai-se fazendo als poucos, i a las bezes, tenemos que ancontrar decumientos i saber lhonas, ó tradiçones, que fágan la lhiaçon para tirar cunclusones.
Dar-las a coincer ye un ampercípio para quien querga studar bien l assunto.
Pus quedai a saber, que ye cierto, que esto ye berdade. La tradiçón eijiste e la moneda tamien.(1)

L Pe. Mourinho tenie anformaçones de que se trataba de un denário eibérico, argentum Oscense.
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(1)-Ber <<>> Tomo IX, pag. 477, por Francisco Manuel Alves.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

CITAÇÃO DO DIA

CITAÇON DEL DIE

Cumo houmenage a ua de las pessonas que mais fazírun para que tubíssemos la Cumbençon, bou poner l que eilha screbiu a perpósito de la nuossa lhéngua:

Hai lhénguas que son de muitos, i hai lhénguas que poucos úsan.
Há línguas que são de muitos, e há línguas que poucos utilizam.

A língua é laço, união, presença no mundo. Há línguas que tendem a unir o mundo todo e há línguas que unem apenas meia dúzia de sobreviventes. Falar é defender a vida de uma comunidade, seja ela pequena ou grande. E quanto mais pequena, quanto mais diminuída, mais necessidade tem de se unir para sobreviver. Mais precisa de marcar a sua presença.

Falar é poder.

E o poder de uma fala é a medida do seu poder no mundo. Quanto mais poder tem, maior é o número daqueles que têm de a aprender para saberem como funciona o mundo em que se movem. Os que falam línguas pequenas têm todo o interesse em aprender e em conhecer profundamente as línguas maiores com que convivem. Mas têm também todo o interesse em refugiar-se, quando precisam, no reduto da sua própria língua, que os mais poderosos não sabem e até desdenham.

Para as pequenas comunidades, a sua capacidade de manter a língua própria é a medida da sua capacidade de resistir à massificação. É, no fim de contas, a demonstração de que pode sobreviver enquanto comunidade específica.

O tamanho de uma língua mede-se pelo número dos seus falantes. De grande tamanho é a língua que muita gente conhece e língua pequena é uma língua com poucos utilizadores. Mas o tamanho de uma língua não é o mesmo que a sua grandeza. A grandeza da língua está noutro plano.

(Manuela Barros Ferreira)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

CITAÇÃO DO DIA

CITAÇON DEL DIE

... muitos cúidan que la coerença dua bida stá an nunca demudar, an seguir siempre l mesmo rumo inda que steia arrado, mas esso nun puode ser berdade: la coerença stá na capacidade houmilde para apanhar ls cachos i torná-los a colar, todas las bezes que seia perciso, acraditando que la peinha dende resultante será cada beç mais dura, i tamien cada beç mais guapa: mas di(g)o-bos l you que dá un trabalho de mil demonhos; ...

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

SENDIM

SENDIM

Se tubires l coraçon puro,
Einergie nun te faltará.
Nin que l’anho benga duro,
De nada l balebará.
Indas que delantre te ponga un muro,
Muita salude, amor i paç te quedará.